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Uma questão cultural

Quando uma realidade mais restritiva bate à nossa porta, somos obrigados a mudar de postura. Este seria um lado positivo de momentos de crise, como a de escassez de água e energia que despontou no horizonte de milhões de brasileiros.

Esta é a linha de pensamento de Milene Abla Scala, diretora do Vivá Arquitetura e coordenadora do Grupo de Trabalho de Sustentabilidade da Associação dos Escritórios de Arquitetura do Brasil (AsBEA). Milene participou da elaboração do Guia de Sustentabilidade na Arquitetura, lançado há mais de dois anos e disponível para download no site da entidade.

 
 

Como você avalia os procedimentos de arquitetos e incorporadores em relação às práticas sustentáveis no Brasil?
Nós evoluímos bastante desde que essa questão começou a ser abordada, há mais de dez anos, quando as certificações chegaram ao Brasil. Antes se discutia muito a sustentabilidade associada a processos de certificação. Hoje as pessoas estão mais críticas, entendem que não é necessário passar por um processo de certificação para ter sustentabilidade. Além disso, surgiram certificações mais adaptadas, como Procel, Aqua, o próprio Leed adaptou alguns itens à realidade brasileira.

O que define um prédio como realmente “verde”, independente da certificação ambiental?
A sustentabilidade passa por uma questão cultural. Se há um aspecto positivo na crise hídrica que estamos vivendo, tem a ver com o aumento da consciência sobre os recursos, a postura das pessoas começou a mudar. Acontece de prédios denominados sustentáveis terem um desempenho pior do que outros que não levam essa denominação, pois a operação do prédio nem sempre ocorre como projetado, ou se torna muito sofisticada, demandando mão de obra especializada. Então, a melhor forma de saber o que é e o que não é sustentável é entender o desempenho do prédio em operação.

 
 

Como está sendo a aceitação do Guia de Sustentabilidade na Arquitetura?
O guia está esgotado, mas está disponível para download no site da AsBEA. Sabemos que muitos escritórios estão usando, mas não temos como avaliar o impacto. O guia está dividido em duas partes, conceituação e desenvolvimento. Na conceituação falamos que o projeto tem que estabelecer os parâmetros de desempenho. Se o projeto é um residencial de alto padrão, quanto ele vai consumir de água e de energia por dia? Nos projetos internacionais sustentáveis, um dos índices de energia é: X quilowatt hora/metro quadrado/ano. No Brasil não lidamos com esses índices na rotina de projeto.

 

Qual o papel do vidro arquitetônico no cenário sustentável?
O setor do vidro evoluiu muito nos últimos anos. Hoje se consegue produzir um vidro de altíssimo desempenho. Ao mesmo tempo, o grau de dificuldade de análise desses vidros aumentou muito também. Antes você olhava basicamente o coeficiente de sombreamento. Hoje você tem que analisar diversas características, estamos caminhando para mock-ups cada vez mais sofisticados para conseguir simular não apenas o desempenho definido no projeto, mas também o desempenho de fato, no contexto.

Com base na sua vivência acadêmica, você acha que os programas universitários estão sintonizados com o desenvolvimento de sistemas mais eficientes?
A academia deveria trabalhar em sintonia com o mercado, e isso não está acontecendo. A carência é conseguir aferir soluções, como oferecer conforto sem comprometer o desempenho. A sustentabilidade tem que equilibrar essas duas questões. O que a universidade traz muito é com relação ao uso de softwares, que ajudam a conferir o desempenho. Ao mesmo tempo, precisamos ter transparência nos inputs de dados, nas simulações. Já evoluímos muito, mas ainda temos muita discussão a ser feita.

 
 
 

E por falar em ética

As empresas brasileiras passam por uma transformação cultural em relação à responsabilidade pública pelos atos de seus administradores. Esse processo de amadurecimento por parte da governança corporativa certamente só trará ganhos aos diversos setores da sociedade e ao país, a exemplo do que ocorre em outras nações.

Em 2010, após ser adquirida pela Viracon, pertencente ao grupo Apogee, a Glassec passou a ser regida também pela lei norte-americana Sarbanes-Oxley, conhecida como SOX, que aumenta o grau de responsabilidade dos administradores da empresa e das auditorias contratadas para a sua fiscalização.

 

Em 2015, Fabiano Toth, controller da GlassecViracon, completará doze anos de casa. E é ele quem nos conta sobre os desafios de responder ao rigor da SOX.

Que desafios a SOX traz para a GlassecViracon?
O objetivo da SOX é dar mais transparência e evitar todo tipo de maquiagem nos demonstrativos financeiros, responsabilizando o CEO e CFO por estabelecer um regime ético de atuação empresarial. Esses executivos devem introduzir regras rígidas de governança corporativa para dar maior transparência e confiabilidade aos resultados da empresa. Para a GlassecViracon, o maior desafio é manter o excelente resultado da última auditoria da SOX, realizada pela PwC, na qual fomos auditados em mais de 79 pontos de controle e passamos sem falha nenhuma.

 

Quais eram as práticas da Glassec nesse campo antes de se tornar uma multinacional?
Como empresa familiar, o nosso sistema de controle interno, embora tivesse uma formatação mais simples, sempre atendeu as boas práticas contábeis. Após a efetivação da venda da Glassec para a Viracon, o gerente da auditoria nos confidenciou a surpresa dele ao participar de uma due diligence em uma empresa familiar brasileira e encontrar 100% dos processos controlados e corretos. Isto nos alegra e também nos orgulha muito até hoje, pois evidencia que o comprometimento com a ética por parte da diretoria, da gerência e de toda a equipe é de alto nível.

 
 

Os rigores da SOX

As penalidades pelo descumprimento da SOX são multa de até 1 milhão de dólares ou reclusão por até dez anos. Quando o descumprimento é intencional, a multa aumenta para até 5 milhões de dólares e a reclusão pode chegar a vinte anos.

 
 
 
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